quinta-feira, outubro 23, 2008

A Gerra dos Farrapos


A Guerra dos Farrapos


A facção republicana dos farroupilhas, que não era majoritária, impôs-se às demais diante do fato consumado. Bento Gonçalves da Silva nem teve tempo de discutir o assunto da Proclamação da República porque, dirigindo-se ao encontro de Souza Neto, foi derrotado em pleno Jacuí, na ilha do Fanfa, e aprisionado junto com vários companheiros, sendo remetido para a fortaleza de Santa Cruz, Rio de Janeiro. A vocação brasileira dos republicanos rio-grandenses fica bem evidenciada pela expedição à Santa Catarina, onde proclamaram a República Juliana, e pela recusa sistemática de receber recursos humanos dos países platinos para combater o Império do Brasil.Ao longo das vicissitudes da guerra, muitas vezes carregando a Capital da República, o Tesouro Nacional e até a Imprensa Oficial no lombo, os farrapos organizaram o Exército (Cavalaria, Infantaria e Artilharia), a Marinha de Guerra e a Polícia. Montaram um sistema fiscal adequado, sem que se verificassem requisições escandalosas ou esbrulhos. Construíram escolas públicas, cidades, estradas e pontes e, mais do que isso, a economia do Estado, centrada no charque e na exportação do gado em pé, não sofreu maiores abalos. Certamente, graças a estes méritos que não houve lesões profundas com o Brasil, nem ódios acirrados, os rio-grandenses terminaram por conseguir, através do Barão de Caxias, uma paz altamente honrosa, verdadeira vitória, celebrada em igualdade de condições de potência a potência. Os encontros armados entre as duas nações em luta foram numerosos ao longo dos nove anos. Basta, para o presente estudo, dizer que foram escaramuçadas, combates, cercos e batalhas (quando entram em ação a Cavalaria, Infantaria e Artilharia) em terra. No mar, na Lagoa dos Patos e nos rios houve inúmeros combates navais, onde brilhou, em ação, a Marinha Republicana.

Nenhum comentário: